Eu não estou aqui pra escrever minhas mágoas.
Não tive uma infância dificil, nem dramática.
Mas mesmo assim, eu vim assim.
Hiperbólico já de fábrica.
Eu rodei pião, não soltei pipa.
Tomei achocolatado sábado de manhã.
Mas mesmo assim, eu vim assim.
Tristeza sem explicação, sem fonte de origem.
Todo dia sempre sonhando com os amores que virão.
Todo dia imaginando o que vou ensinar pros meus filhos.
Todo dia contemplando as idéias que eu vou deixar pro mundo.
Todo dia agradecendo essa vida que me foi dada.
Todo dia querendo que esta acabe.
Sem nem saber o motivo de tanto vazio.
A estrada não é escura.
Mas é clara que faz a vista doer.
Eu ralei o joelho na escada, prendi o dedo na porta.
Passei o ano novo no sitio dos meus tios.
Mas mesmo assim, eu vim assim.
Aceitando as derrotas sem nem começar a lutar.
Sou meu pai, meu marido, sou meu filho.
Sei que posso andar sozinho.
Sei que tenho com quem contar.
Mas andar sozinho cansa.
E cansaço consome tudo.
Talvez eu lhe pareça melancólico.
Porém o lado bom ainda é maior e está aqui.
Porque eu ainda estou aqui.
Mas espero que veja que minha ponte tem base.
Minha estrada tem caminho.
Esperando que você um dia...
Entre na contramão.
Eu.
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