terça-feira, 22 de julho de 2014

Fear

Sempre fui fascinado pelo medo. Sempre busquei coisas que despertassem o meu medo.

O medo de verdade, não o medo seguro.
O horror que um assassino serial pode proporcionar com a segurança de que ele nunca baterá na minha porta.

A segurança de nunca haver um ser canibal reanimado na porta do meu quarto, no que deveria ser apenas o começo de um dia normal, seria o inicio de um apocalipse social.

Não, não é esse o medo que procuro.

Talvez um simples abajur caindo sem motivo seja mais assustador do que um ser monstruoso devorando sua vitima cruelmente após uma longa tortura física.

Talvez aquele demônio criado pelo cinema não seja nada próximo do que pode fazer um simples estalo, em um momento em que você dorme profundamente durante a madrugada.

O maior perigo do medo não é o quão terrível ele pode se mostrar, mas o quão real ele pode ser. E o quão bem ele pode se esconder...

Talvez o pior de todos os monstros criados pela imaginação humana nunca chegue a existir.

Mas você sabe o que lhe visita a noite?

Você sabe o que lhe observa na vulnerabilidade de seu sono?
Talvez esta noite você note um pequeno detalhe em seu quarto.
Talvez um aroma alcance seu olfato.
Um leve toque na pele.

Mesmo que não haja nada, ele vai estar lá.